Um outro olhar sobre o mundo

Um outro olhar sobre o mundo

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Algumas notas sobre estética

(escultura de Gunther Von Hagens)

Estética. A Estética é uma disciplina filosófica que procura definir o Belo ou a Beleza em geral e as suas formas de representação nas artes e na natureza, assim como os seus efeitos sobre os receptores.

A Estética como disciplina filosófica. As primeiras manifestações artísticas são provavelmente tão antigas como o próprio homem, mas o conceito de estética é relativamente recente. A palavra "estética" só foi introduzida em 1750 no vocabulário filosófico pelo alemão Alexander Gottlieb Baumgartem quando publicou uma obra (Estética) onde procurava analisar a formação do gosto. A reflexão sistemática na filosofia sobre a beleza e a arte é, todavia, muito mais antiga e remonta pelo menos à antiguidade clássica. Muitos autores preferem o termo filosofia da arte, entendendo-o como uma reflexão centrada nas obras de arte e nas suas relações com o criador que as produziu. Esta denominação pretende excluir, por exemplo, o belo natural. 

Filosofia da Arte. Esta disciplina filosófica tem um sentido muito mais restritivo que a estética, pois só se aplica às chamadas "belas artes". Trata apenas das obras criadas pelos seres humanos. Entre outras aborda as seguintes questões: Em que consiste uma obra de arte ? Que se cria numa obra de arte ? Porquê e quando se considera bela uma obra artística? É a arte uma expressão de sentimentos ? A arte imita a natureza ?  É subjectiva ou objectiva a percepção estética? Existe uma definição geral de arte ? Que critérios nos permitem afirmar a qualidade artística de uma obra de arte ? Qual o valor da própria arte? 

Atitude Estética . As predisposições que o homem revela para produzir, mas também para valorizar em termos emotivos os objectos e as situações, constitui o que designamos por atitude estética. Esta atitude é pois uma das condições necessárias para pudermos ter uma experiência estética, caso contrário os nossos sentidos estarão bloqueados. Para que exista então uma experiência estética é necessário: Contemplar as coisas de forma desinteressada e sem preconceitos. O que implica vê-las como são em si mesmas, com distanciamento e desapego. Os nossos sentidos devem estar libertos e despertos para o diferente ou outras dimensões não familiares.

 Sensibilidade Estética. O modo como vivemos as diversas experiências estéticas depende da nossa sensibilidade, a qual é influenciada pela preparação que temos para poder usufruir uma dada experiência. Muitas formas de arte, como certas expressões da arte contemporânea  requerem uma iniciação prévia, nomeadamente para pudermos entender a linguagem usada pelos artistas. 

Juízos Estéticos. Um juízo é a afirmação ou a negação de uma dada relação sobre algo (ex. O mar é belo; o lixo é feio). Um juízo estético é a apreciação ou valorização que fazemos sobre algo e que se traduz em afirmações como "gosto" ou "não gosto". Nem sempre estes juízos são baseados em critérios explícitos que permitam fundamentar as nossas afirmações. Em termos gerais, todos os juízos estéticos baseiam-se nos seguintes pressupostos: 

a) Objectividade estética: Pressuposto de que a Beleza é eterna, sendo independente dos juízos individuais (subjectivos). A beleza não está nas nossas apreciações, mas constitui uma propriedade dos próprios objectos estéticos. Que propriedade ou propriedades são estas que tornam os objectos belos ? Apesar de todas as tentativas para definir a Belo ou a Beleza, nunca se chegou a nenhum consenso. Alguns autores procuram contornar a situação, afirmando que para cada género artístico, ao longo dos tempos, têm vindo a ser apurados certos "cânones" específicos que nos permitem ajuizar do valor estéticos das diversas obras. 

b) Subjectividade estética Pressuposto de que o valor estético atribuido a um objecto não pode ser separado do contexto sócio-cultural a que está ligado. O belo é o que eu gosto ou aquilo que me agrada. A beleza funda-se assim numa relação subjectiva, sensorial, entre sujeito e o objecto. A arte ou o valor de cada obra é sempre vista em função de um dado contexto. A história tem-nos mostrado que nem sempre existe um acordo entre os méritos de uma obra de arte e os juízos sobre a mesma produzidos na época em que foi criada. Muitos artistas que foram considerados geniais no seu tempo são hoje considerados artistas menores, enquanto que outros que passaram despercebidos são agora valorizados. 

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